quinta-feira, 20 de maio de 2010

ERECS 2010 - Blog

Então tá aí o endereço do blog do ERECS

Pra galera da PUC, o CASO vai fazer um esquema pra gente depositar as inscrições junto
então aguardem!!

http://erecs-sul.blogspot.com/

abraço!!

Cassiana

quarta-feira, 19 de maio de 2010

MEC fará exame para selecionar professores Educadores

Dia-a-dia Educação - Educadores

MEC fará exame para selecionar professores
Educadores

Enviado por: tatiane_valeria@seed.pr.gov.br
Postado em:17/5/2010 18:03:16

Prova para ingresso nas redes públicas estaduais e municipais deve começar a ser aplicada no ano
que vem
Saiba mais...

BRASÍLIA. Convencido de que os concursos públicos para professores são de baixa qualidade, especialmente nos pequenos municípios, o Ministério da Educação (MEC) prepara o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, espécie de Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) do magistério. A ideia é que a prova seja aplicada pela primeira vez em 2011, já no próximo governo.
Na semana que vem, o ministério submeterá a uma consulta pública proposta com os conteúdos que deverão ser cobrados no exame.
Assim como os jovens que fazem o Enem disputam vagas em diferentes universidades, o MEC quer que o Exame Nacional de Ingresso selecione professores para trabalhar em redes municipais e estaduais de todo o país.
O alcance do novo teste dependerá da adesão de governos municipais e estaduais. Eles terão liberdade também para decidir se o novo teste será o único critério de seleção ou se deverão ser considerados outros fatores, como provas de títulos.
Na prática, o sistema funcionaria assim: em vez de promover um concurso público, a prefeitura que aderir ao exame lançaria um edital, informando o número de professores que pretende contratar. Em seguida, profissionais de qualquer parte do país poderiam candidatarse, apresentando a nota obtida no exame.
"O que queremos dar aos sistemas de ensino é um instrumento adicional para qualificar o ingresso dos docentes na carreira", diz o ministro Fernando Haddad, da Educação.
A proposta de conteúdos que devem constar na prova será divulgada na internet, na página do ministério (www.mec.gov.br). O texto ficará aberto a críticas e sugestões por 45 dias. Uma vez concluída, a versão definitiva orientará a elaboração da chamada matriz do exame, que serve de base para a formulação das questões.
Haddad propõe que o novo exame seja anual, com provas em todo o país. De início, o teste deverá selecionar candidatos a lecionar em turmas de Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano).
A seleção de profissionais para as séries finais (6º ao 9º ano) e o Ensino Médio ficaria para mais tarde, à medida em que o novo teste ganhar fôlego.
Até o fim do ano, o MEC pretende concluir a elaboração de um banco de questões, a partir do qual o próximo governo poderá aplicar a prova. Além da parte objetiva, o teste poderá ter uma redação.
Proposta relaciona teste à melhoria do nível de ensino.
Projeto se espelha em experiências de países com bons indicadores.

BRASÍLIA. O documento que será submetido a uma consulta pública pelo MEC reconhece que os  salários dos professores não são atrativos no Brasil. Mas destaca que uma seleção de melhor qualidade ajudará a elevar o nível do ensino, além de reduzir custos para as prefeituras, que hoje bancam seus próprios concursos. O texto foi preparado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do ministério responsável por estatísticas e avaliações.
A proposta leva em conta a experiência de países com melhores indicadores educacionais.
Na primeira parte, define o perfil do bom professor. São 20 itens observados entre os profissionais de Austrália, Canadá, Cingapura, Chile, Cuba, Estados Unidos e Inglaterra.
A receita vai desde pontos óbvios, como dominar conteúdos curriculares, até outros muitas vezes esquecidos, como manifestar alta expectativa em relação às possibilidades de aprendizagem dos estudantes e manter comunicação efetiva com os pais dos alunos, estimulando seu compromisso com a vida escolar dos filhos. Outro item é o bom aproveitamento do tempo disponível para o ensino.
Em relação aos conteúdos que devem ser dominados pelos futuros professores, a proposta do MEC prevê questões sobre temas gerais, como políticas educacionais e a legislação do setor, e específicos, como leitura e compreensão de textos, língua portuguesa, matemática, ciências sociais e naturais.
Uma das preocupações do MEC é garantir que os docentes saibam identificar dificuldades de aprendizagem e o que leva um aluno a não entender uma lição.
O texto deixa claro que o professor deve dispor de métodos variados de ensino.


Fonte: http://www.linearclipping.com.br/cnte/

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A Constituição e a função social da propriedade

disponível em: carta maior


O artigo 186 e seus incisos da Constituição Federal estabelecem que a propriedade privada só tem seu direito resguardado quando, junto com os padrões de produtividade, seja cumprida a legislação ambiental e trabalhista e sua posse não gere conflitos e atenda às demandas da coletividade. A negativa raivosa desses valores traduz o perfil atrasado, arrogante e reacionário do setor ruralista e remonta a comportamentos daqueles que, ao longo dos séculos, exploraram e expropriaram direitos dos trabalhadores rurais e da natureza. O artigo é de Alberto Broch e de Willian Clementino.
Os latifundiários sempre se valeram da força bruta contra a luta pela terra e, sob o argumento da defesa da propriedade privada, praticam toda a sorte de violência, que, inclusive, resultou no assassinato de milhares de sindicalistas, religiosos e lideranças populares. Agora, eles incorporaram novas formas de reação à reforma agrária.

A criação de um “observatório de inseguranças jurídicas” é um dos instrumentos institucionais lançados para defender um suposto direito de propriedade que estaria sendo usurpado por quadrilhas de invasores de terra. Os representantes dos ruralistas também estão desenvolvendo campanhas de mídia e financiando uma rede de assistência jurídica em defesa de suas propriedades. Eles chegaram a reivindicar o emprego de tropas da Força Nacional para sustentar um plano nacional de combate às “invasões” de terras.

A senadora Kátia Abreu (DEM/TO) justifica estas ações com o argumento de que “a garantia à propriedade é direito garantido pela Constituição Federal como direito fundamental”. Essa afirmação é de um cinismo exacerbado e uma desleal tentativa de confundir a opinião pública. Os ruralistas utilizam a previsão constitucional sobre o direito de propriedade como se esse fosse absoluto e incondicional. Isso não é verdade, pois os dispositivos constitucionais exigem o cumprimento integral da função social como requisito indispensável ao direito de propriedade e como componente do princípio da igualdade e dos direitos fundamentais.

O artigo 186 e seus incisos da Constituição Federal estabelecem que a propriedade privada só tem seu direito resguardado quando, junto com os padrões de produtividade, seja cumprida a legislação ambiental e trabalhista e sua posse não gere conflitos e atenda às demandas da coletividade. O contexto legal em que se insere a propriedade não justifica um empreendimento rural que, mesmo possuindo modernos instrumentos tecnológicos ou altos índices de produtividade e lucro, negue direitos trabalhistas ou explore o trabalho escravo, comprometa os recursos hídricos e a biodiversidade, não crie emprego ou ocupação produtiva e não contribua para a soberania alimentar do povo. Uma propriedade com esse perfil não serve aos direitos da coletividade, não atende aos predicados do bem-estar social e do Estado de Direito e não assegura o direito à vida.

A segurança jurídica da propriedade está condicionada ao cumprimento da função social e não constitui crime a ocupação de propriedades inexistentes perante a lei. É por isso, inclusive, que se diz ocupação e não invasão. É a ocupação de um espaço de terra não protegido pela lei e que, por isso, deve sofrer a intervenção do Estado, para fazer que ali sejam gerados direitos, bem-estar, dignidade e produção para seus ocupantes e para a coletividade.

Assim deve agir o Estado, por exemplo, nas terras onde, segundo denúncias na imprensa, a sra. Kátia Abreu protagonizou uma invasão de área pública, expulsando dezenas de antigos posseiros para constituir uma fazenda, mantida improdutiva. Esse comportamento, como outros semelhantes, não gera direitos ao dito proprietário. É um crime contra a coletividade e, para ser restabelecido o Estado de Direito, as terras precisam ser retomadas pelo Estado e devolvidas às famílias de sem-terras, que dependem daquela terra para viver.

A função social é um princípio instituído para determinar limites ao direito de propriedade, para que o direito de uns não seja exercido em detrimento dos direitos de outros. Toda propriedade deve ter uma função social e, sobretudo, as propriedades sobre a terra, pois essas são meios originários de vida e têm a natureza como bem de produção indispensável à sobrevivência humana. Esse princípio responde aos fins gerais e sociais atribuídos aos Estados modernos, faz parte da vontade do legislador constituinte de 1988, e está consagrado por inúmeros julgados do Poder Judiciário brasileiro.

A negativa raivosa desses valores traduz o perfil atrasado, arrogante e reacionário do setor ruralista e remonta a comportamentos daqueles que, ao longo dos séculos, exploraram e expropriaram direitos dos trabalhadores rurais e da natureza. Essas ações de arbítrio e privilégios sempre se valeram das benesses do Estado de outros artifícios desprovidos de base legal e ética.

Para assegurar a segurança jurídica no campo, o Estado tem a obrigação de exercer seu papel constitucional de fiscalizar e exigir o dever positivo dos proprietários de cumprir a função social da terra. Ele também precisa intervir nas áreas onde houver descumprimento da lei, desapropriando as terras e fortalecendo a reforma agrária para gerar direitos ao povo e desenvolvimento sustentável para o País.

(*) Alberto Broch é presidente da Contag. Willian Clementino é secretário de Política Agrária da Contag

Culturas afro brasileira e africana e a Lei 10.639


O intelectual, escritor (autor de vário livros) e compositor Nei Lopes recebeu o prêmio Jabuti em 2009 com o livro História e cultura africana e afro-brasileira, da editora Barsa Planeta, como melhor livro na categoria didáticos e paradidáticos.

No dia 18 de Maio, Nei Lopes fará duas palestras em Curitiba:

- 8h30 na ESCOLA DE GOVERNO, MUSEU OSCAR NIEMAYER

- 14 horas no CANAL DA MÚSICA "Seminario sobre culturas afro brasileira e africana, a Lei 10.639/03 e seus desdobramentos."

A palestra, promovida pela Barsa Planeta em parceria com a SEED, SEAE, CASA CIVIL, RTVE, UFPr/NEAB (que certificará o evento) e organizações do Movimento Social Negro, do qual Nei Lopes é intelectual orgânico, é oportunidade única dada aos professores de Curitiba e Região Metropolitana e demais interessados na matéria. O evento integra uma semana de atividade com objetivo de refletir sobre os efeitos do processo de abolição na sociedade brasileira.

SERVIÇO:
Palestrante: NEI LOPES
Dia 18 de Maio

8h30 - Escola de Governo
Local: Auditório do Museu Oscar Niemayer
Rua Marechal Hermes, 999
Centro Cívico, Curitiba / PR


14h - "Seminário sobre culturas afro-brasileira e africana, a lei 10.639/03 e seus desdobramentos"
Local: Canal da Música
Rua Julio Perneta, 695
Mercês, Curitiba - PR

Entreda Franca

Contatos:
rosanerask@hotmail.com
hasiel@pr.gov.br
wramaral@pr.gov.br
cassius@seed.pr.gov.br
nerea.dedi@gmail.com
jcsabreu@seae.pr.gov.br
3243-6130 / 3350-2862 / 3340-1781 / 9961-3526

terça-feira, 11 de maio de 2010

Semana Acadêmica de Cências Sociais UFPR

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Relatoria do Pré-ERECS pelos estudantes da UNIOESTE

Nesse dias 22,23,24 de abril as Ciências Sociais da Unioeste se fez representada por dois membros do Centro Acadêmico no pré–ERECS. O ERECS - Encontro regional dos estudantes de Ciências Sociais - que acontecerá em Londrina nos dias 3,4,5 e 6 de junho teve em sua formatação a participação de diversos estudantes da UFRGS, UFPR,UNIOESTE e UEL.

A discussão tida no pré-ERECS girou em torno das questões estruturais do evento, da definição do tema geral e da montagem dos grupos de discussão/debate, grupos de trabalhos e oficinas.

A proposta do ERECS 2010 é trazer de volta a auto-gestão do evento. Tendo como objetivo evitar terceirizações e com isso evitar que qualquer pessoa obtenha lucro a partir do nosso próprio evento, no entanto para o funcionamento do evento será necessária a participação efetiva de todos os encontristas na gestão dos alimentos e da limpeza do local.

Sobre o tema:

Projeto de educação, projeto de sociedade.

Um texto foi pensado como proposta (podendo ocorrer modificações, se assim os alunos preferirem):
A proposta do ERECS 2010 é discutir a relação entre educação e sociedade, questionando o papel da educação enquanto reprodutor das desigualdades sociais. A partir desse questionamento nós, estudantes, propomos a reflexão sobre as ciências sociais como instrumento para pensar um novo “Projeto de educação, projeto de sociedade”


Sobre os GD’s (grupo de debates):

Os GD’s são espaços com temas definidos e debates indefinidos, ou seja, você estudante interessado em discutir o tema proposto aparece lá para participar da discussão, a discussão de forma nenhum pode ser centralizada, não é esse o objetivo por isso cada um é livre para expor suas idéias e deixar o debate fluir.


Os temas:
Relação de gênero ou sexualidade e ensino
Homofobia, ensino GLBTT e machismo na escola.


Ações afirmativas
Como atuar politicamente conscientizando e esclarecendo as ações afirmativas. Salientando o porquê são necessárias na atual conjuntura social e econômica do país, a partir da demanda crítica dos alunos.
* a luta, o significado e a proposta das ações afirmativas.
*as formas de propagação e inserção.


Currículo e a separação das três áreas das Ciências Sociais
Interdependência das áreas e a produção de conhecimento na região Sul
* discussão sobre casos, os currículos ( grades ) dos cursos de Ciências Sociais da região.


Educação popular e informal
* um panorama das escolas populares, rurais itinerantes, quilombolas, indígenas.
* a abordagem das Ciências Sociais em tais escolas


Movimentos Sociais e as Ciências Sociais: formação e ação?
* o conflito entre a teoria e a prática
* a atuação do Cientista Social/estudante nos movimentos sociais


Sociologia no ensino médio
Este é o GGD (grande grupo de debate) pensado para abarcar todas as discussões anteriores pensando em um enfoque no ensino das Ciências Sociais.

ELFO: Espaço de Livre Fomentação
Haverá em pontos estratégicos espaços delimitados como ELFO. A intenção do mesmo é encintar o que o estudante estiver com vontade de fazer. Debater algo que não está nos GD, criar uma oficina, tocar um música, pintar um quadro, isto é, um espaço livre e democrático, onde o estudante possa fazer o que ele estiver com vontade de fazer.

Saídas de Campo: Propostas de saídas

1 – Quilombola na cidade de São Gerônimo. A ida e volta ficará por volta de 70 km.
2 – Educação indígena na cidade de Tamarama. A ida e volta ficará por volta de 110 km.
3 – Coleta Seletiva em um bairro em Londrina.
4 – Horta comunitária em um bairro em Londrina.

Os Km foram detalhados, pois assim como em Curitiba, a UEL não tem ônibus para as saída, e sendo assim propomos as escolas virem com alguma quilometragem a mais em seus ônibus, para a utilização dos mesmos na saída de campo.




Brigadas de limpeza e comida:

Serão distribuídas aleatoriamente por ordem de chegada, e ficarão responsáveis por fazerem a limpeza do pátio, banheiros, cozinhar e lavar a louça (que não sejam os utensílios particulares) após as refeições.
Haverá em média 75 alunos por brigada, e cabe aos mesmos definirem como será sua organização, para não ocorrer de aluno estar interessado em ir a algum debate e ser hora de trabalhar para a brigada.
É obrigação da brigada da manhã organizar o café da manhã, da brigada da tarde organizar o almoço e da brigada da noite organizar a janta. Em todos os horários é necessário dar um geral na limpeza de todas as áreas comuns e lavar a louça.
O horário que a brigada do café precisa estar na cozinha é 07h30min, a do almoço as 10h00min e a da janta as 16h00min.



Para as INSCRIÇÕES o CECS ficará por fazê-las, o custo é de R$ 35,00 até o dia 26/05

***Pedimos encarecidamente a todos que ajudem doando alimentos (arroz, feijão e macarrão), afinal o custo de um evento desse porte é alto e o pessoal da UEL esta com uma grave falta de verba, e para não subir o preço da inscrição estamos realizando essa campanha para arrecadação de alimentos para o encontro.***

http://cecsvirtual.blogspot.com/2010/05/relatoria-do-pre-erecs-pelos-estudantes.html
http://macsul.wordpress.com/2010/05/06/relatoria-do-pre-erecs-pelos-estudantes-da-unioeste/

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A poesia latino-americana e suas raízes na comoção social

por cristiano última modificação 29/03/2010 14:51
Artista equatoriano produz série de mosaicos com retratos de 42 escritores e escritoras do continente americano
Pedro Carrano
29/03/2010
A produção poética da América tem raízes enlaçadas com a história de lutas sociais do continente. Esse contexto pode ser o ponto de partida para analisar a obra de autores que optaram por uma poesia abertamente social, ou ainda daqueles que, no grito de seu trabalho, contestaram a ordem vigente.
O conservadorismo baseado em uma visão de mundo submissa à produção europeia, sem a conexão com a realidade local, é outro afluente que marca a poética latino-americana, principalmente no século 19.
Isso quer dizer que há uma variedade de autores que não se insere no conhecido “boom” latino-americano da segunda metade do século 20, quando nossa literatura foi redimensionada no cenário mundial pelas obras de García Márquez, Vargas Llosa, Alejo Carpentier, Jorge Luis Borges etc.
Sob esta perspectiva, o mosaicista equatoriano Javier Guerrero Meza, ao lado dos jovens militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Geniel Moresco e Caio Murilo Padilha, produziu a série de mosaicos “Poetas de América”: 42 retratos de escritores e escritoras do Canadá e EUA à Argentina, passando pelos países do Caribe.
Ex-militante da organização Alfaro Vive (Equador) e hoje radicado em Curitiba (PR), Guerrero finaliza mais uma série de obras com a missão de resgatar ícones latino-americanos.
A primeira exposição foi sobre os “Homens e mulheres de nossa América”, em 2007, um resgate de lutadores de povo de cada país. Agora, o objetivo é um criar um quadro amplo da poesia latino-americana, construindo um eixo histórico ignorado até agora pelas editoras de mercado.
Cantos do passado
Um primeiro sopro de inspiração da poesia na América Latina surgiu ao norte, com o estadunidense Walt Whitman (1819-1892), o poeta da revolução de independência dos EUA, que na verdade ocorreu uma geração antes dele nascer – como analisou o poeta e tradutor Paulo Leminski, que viu em Whitman a capacidade de captar a comoção social desencadeada por aquele processo revolucionário.
Whitman foi o cantor de um mundo anunciado logo no berço das revoluções burguesas, ainda que tenha sido um canto de liberdade frustrado no momento histórico em que a burguesia deixa de ser uma classe revolucionária e passa à repressão contra o proletariado. A poética de Whitman teve peso sobre a poesia centro-americana e caribenha. Na República Dominicana, Pedro Mir (1913-2000) dialoga com os cantos em versos livres de Whitman, na conexão com a sua realidade local. “Este es un país que no merece el nombre de país. Sino de tumba, féretro, hueco o sepultura”, denunciava em um de seus trabalhos.
Na América Latina, observamos uma trajetória diferente dos poetas do século 19. Os chamados “modernistas”, como o mexicano Manuel Gutiérrez Najera (1859-1895) e o hondurenho Juan Ramón Molina (1875-1908), tinham a mirada voltada para a escola europeia do final do século (simbolismo, etc).
Eles cantaram as cores, as musas gregas, as tristezas, em um exercício que hoje soa formalista, principalmente para quem conhece a realidade dos países da mesoamerica: sua rica mitologia, poética e vasta cultura popular, nos revelando que, nesta parte da América Latina, a produção “modernista” não foi o reflexo da chegada da industrialização: foi, na verdade, a chegada apenas do romantismo, primórdios de um Estado oligarca e de um processo liberal incompleto.
Algumas exceções históricas foram encontradas, em sua radicalidade e ousadia de conteúdo. A Sor Juana Inês de La Cruz (cerca de 1648-1695), mexicana, está entre elas. Mestiça. Ladina. Foi a primeira feminista das Américas. Poeta, intelectual e monja. Defendeu o acesso das mulheres aos livros. Deixou sua marca nas letras latinas, sem temer a repressão.

Poética da militância 
Na Nicarágua, o clássico Ruben Darío (1867-1916), considerado fundamental para o modernismo da língua espanhola, apresentou uma poesia onde prevalecem os aspectos formais, a exemplo de outros poetas do mesmo momento histórico. No entanto, o século 20 e a resistência popular contra o imperialismo mais tarde produziram uma poética viva, que fez a ligação entre a técnica dos versos e o conteúdo popular de mais de setenta anos de lutas de classes, sob a direção política do sandinismo.
A Nicarágua teve toda uma geração de poetas guerrilheiros e guerrilheiros poetas. Disso resultou o “Exteriorismo”, uma escola que buscava no movimento da realidade o seu ponto de partida: os trabalhadores dos portos, a vida comum, as situações concretas dos trabalhadores. E que tinha, como influência, o formato de versos livres, canto e música, retirada de Withman e do próprio Darío.
O movimento revolucionário na América Central produziu poetas de alta qualidade, como o nicaraguense Leonel Rugama (1949-1970) e Roque Dalton (1935-1975), de El Salvador. Rugama não teve tempo pra muita coisa. Morreu aos 21 anos, assassinado ao lado de dois militantes, encurralado pelas tropas da ditadura de Somoza.
Já Dalton deixou uma poética que se assemelha à do alemão Bertolt Brecht na sua proposta – irônica e comprometida com a luta de classes. Além disso, o poeta militante foi um elaborador do movimento comunista em El Salvador, com livros como Un libro rojo para Lênin e Miguel Mármol y los sucesos de 1932 em El Salvador, e morreu assassinado por militantes de outra corrente política da esquerda naquele país.
A Nicarágua, um bom ponto de encontro para a poesia. Foi ali, à luz da revolução da segunda geração sandinista (1979), que um dos maiores contistas do século 20, o argentino Julio Cortázar (1914-1984), assumiu apoio declarado ao processo, tratando de propagandeá-lo nos meios intelectuais da Europa.
Quando caminhava para os 70 anos, Cortázar assumia a contramão, enquanto outros intelectuais renegavam as ideias de esquerda. Suas seis estadias na Nicarágua, antes e depois da revolução, renderam o livro Nicarágua tão violentamente doce (tradução brasileira de Emir Sader, da extinta editora Brasiliense).
Outros tiveram a militância e a vida pública no mesmo plano da obra literária. A equatoriana Nela Martínez Espinosa (1912-2004) encabeçou a revolução La Gloriosa, de 1944, que derrubou o ditador Carlos Arroyo del Río. Durante dois dias, esteve a cargo do governo equatoriano. Foi militante, brigadista e feminista.
Os poetas cubanos Nicolás Guillén (1902-1989) e Mirta Aguirre (1912-1980) foram dois outros exemplos de uma vida onde texto e ação política estiveram entrelaçados – posição que parece inaceitável para os autores contemporâneos, submissos ao esvaziamento cultural e à individualidade do projeto neoliberal.
Ao lado da obra de Pablo Neruda, de Eduardo Galeano e do brasileiro Thiago de Mello, o uruguaio Mario Benedetti (1920-2008) compõe uma geração que seguiu os acontecimentos políticos do século 20. Ele foi jornalista no periódico Marcha. Em 1956, publicou o livro Poemas de la oficina, em nome da linguagem clara, em luta contra o academicismo. Voltou da Espanha ao seu país passada a ditadura. Augusto Roa Bastos (1917 - 2005), paraguaio traduzido em 25 línguas, também teve uma produção marcada pela vida no exílio político. 

Cantos de Negritude
O mapeamento poético dos autores americanos, dos clássicos até os socialistas, passando pelos contestadores, é uma tarefa que no Brasil, apenas a esquerda pode mostrar interesse. Há pouquíssimas informações disponíveis em português e há menos ainda obras traduzidas.
O mundo editorial brasileiro ignora todo esse vasto arsenal, entre eles a poesia negra americana, presente nos escritores dos países caribenhos (Haiti, República Dominicana, Martinica) e nos descendentes africanos radicados nos guetos dos Estados Unidos. “Sou um grande admirador dos latinos e mais ainda dos gregos, mas sei também que há os egípcios e que os gregos e os romanos devem muito ao Egito, à Etiópia, a todo esse mundo. Portanto, à África”, dizia Aimé Césaire (1913-2008), da Martinica, que tem uma vasta obra publicada nas áreas do teatro, ensaio e história. Intelectual mundialmente reconhecido, Cesaire foi um dos criadores do movimento “Negritude”.
Entre a poesia afrodescendente, podem ser citados Pedro Pietri (1944-2004), de Porto Rico, autor de “Puerto Rican Obituary” (1973), seu texto mais conhecido, que tratou dos migrantes que buscaram uma nova América e que morreram por cinco dólares. “Os que morrem mortos”, escreveu. Suas obras eram recitadas em igrejas hispânicas metodistas. A tradição oral foi uma das características desses escritores. 

fonte: brasil de fato

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Plenária do Movimento Caça Fantasmas

NESTA TERÇA - 4 DE MAIO
19 HORAS - NA APP/SINDICATO (Ed. ASA, 14º andar)
PLENÁRIA DO MOVIMENTO CAÇA-FANTASMAS
Pauta:
- conjuntura
- encaminhamentos (organização, comunicação, mobilização)   
 
Todas as organizações devem somar-se a esta luta.
Precisamos ampliar a organização do movimento para que ele atinja todo
o povo paranaense. Há muita indignação nas ruas com os escândalos da ALEP.
É preciso empenho de todos na convocação da plenária desta terça.
PARTICIPE!